O perigo da Leptospirose canina.
Olá a todos os que curtem o blog, continuando a saga das doenças que podem afetar nossos amiguinhos, vamos considerar hoje a Leptospirose, como sempre, tentaremos colocar de uma maneira simples os aspectos dessa doença tão preocupante quanto as outras que já analisamos.
O que é Leptospirose? Leptospirose é uma doença bacteriana causada pelo Leptospira que afeta seres humanos e animais, frequentemente transmitida por água ou alimentos infectados pela urina de animais, especialmente de ratazanas.
Existem cerca de 230 tipos diferentes de leptospira. E apenas alguns deles são conhecidos por provocar doenças em cães e gatos. São eles:
Leptospira icterohaemorrhagiae
Leptospira canicola
Leptospira grippotyphosa
Leptospira pomona
Leptospira bratislava
Leptospira automnalis
Leptospira bataviae
Leptospira hardjo
Os cães apresentam principalmente o gênero L. canicola, mas podem apresentar também o L. icterohaemorrhagiae e o L. grippotyphosa.
A Leptospirose é transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os cães, e se multiplicam apenas em seu hospedeiro, a leptospira pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma. Fora do hospedeiro ela sobrevive somente em locais com muita umidade, com água parada, onde ocorrem enchentes, nestes locais a bactéria leptospira consegue sobreviver até 180 dias. Em épocas que temos períodos constantes de chuvas, aumenta o perigo de contaminação pela Leptospirose.
A contaminação pode ocorrer através da ingestão de água e alimentos contaminados pela urina, por cheirar e lamber os órgãos genitais de outros animais contaminados e por estar em contato com animais silvestres ou de produção que apresentam a doença.
Quais os sintomas da Leptospirose?
Inicialmente o diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como urinálise, hematologia, sorologia e identificação da bactéria no tecido.
Existem sintomas característicos que os veterinários associam com a Leptospirose. No entanto esta é uma doença que ataca cada indivíduo de forma diferente, resultando em sintomas distintos e por isso, nem todos os sinais típicos estarão necessariamente presentes em todos os cachorros infetados com Leptospirose.
Os sintomas iniciais da Leptospirose podem ser febre, depressão, aumento do número de glóbulos brancos na corrente sanguínea (leucocitose), perda de proteína que é eliminada pela urina (albuminúria), hemorragias em vasos sanguíneos e hematomas com manchas vermelhas e roxas na pele, alterações na pigmentação da pele e dos olhos causando uma coloração amarelada da pele e um branco total nos olhos (ictericia) devido a colestase.
Estes sintomas são ocasionados pela invasão da bactéria Leptospira em vários órgãos como rins, fígado, baço, sistema nervoso central e olhos. Neste estágio da Leptospirose, um cão infectado sentirá frio e terá calafrios, provavelmente sentirá dores na barriga e em alguns casos poderá babar e vomitar. A perda de apetite é outro quadro comum em animais neste estado. A febre poderá provocar muita sede, levando o cachorro a beber água excessivamente.
Como tratar a Leptospirose?
São utilizados antibióticos como a penicilina, ampicilina, amoxicilina, doxiciclina. para reduzir a multiplicação das bactérias do tipo Leptospira reduzindo assim os danos causados por ela. Deve-se manter o cão estável durante a fase aguda da doença, prevenindo grandes lesões em órgãos, como fígado e rins e suprimir a leptospirúria. Na fase aguda se faz necessário uma terapia intensiva de suporte dependendo da severidade do quadro. O prognóstico é reservado quando há insuficiência renal ou disfunção hepática, e desfavorável em pacientes com choque ou coagulação intravascular disseminada.
É essencial frisarmos que, a Leptospirose, pode ser transmitida aos humanos, por isso, durante o tratamento de seu amiguinho será necessário tomar certas medidas de proteção como:
Deixar que um único membro de sua família cuide do cachorro doente.
Limitar o perímetro de acesso de seu cachorro à uma área que possa ser higienizada constantemente e praticamente.
Evitar o contato do cão infectado com outros animais de estimação e crianças.
Usar luvas de látex sempre que for manipular o cão, as vasilhas de comida e água e seus brinquedos.
Se o cão estiver restrito em um lugar interno, leva-lo para fora para urinar com frequência e de preferência em um lugar cimentado, que seja fácil limpar imediatamente com água sanitária.
Ao manipular seu cão, lavar bem as mãos com sabonete antibacteriano e depois desinfetar as mão com algum desinfetante a base de iodo.
Nunca se esqueça que mesmo se o seu amiguinho já teve Leptospirose ele pode apresentar novamente a doença visto que , como dissemos, existem vários tipos.
Como posso prevenir a Leptospirose?
Limitar o acesso do seu animal de estimação em áreas onde possa ocorrer o risco de ter água contaminada é a melhor maneira de evitar a Leptospirose.
Muitas pessoas que vivem em áreas de subúrbio, alimentam animais de estimação e também bichos silvestres, ou até mesmo vira-latas e gatos de rua na área externa de sua casa. Esta ação, atrai roedores e animais que podem ser possíveis portadores de leptospira, portanto, se você costuma fazer isso certifique-se de que os animais alimentados não tenham deixados restos de comida.
As pessoas geralmente sabem que a limpeza do quintal e jardim de suas casas é de vital importância para diminuir a população de roedores em torno de suas propriedades, no entanto, muitas vezes não se dão conta que elas mesmas acabam provocando o aparecimento de ratos e assim colocando em risco a vida de seus animais de estimação.
Quanto a prevenção, nunca se esqueça do mais importante, vacine seu cão anualmente contra a Leptospirose.
Espero que conhecer um pouco mais sobre a Leptospirose possa ter ajudado você a entender a importância de proteger, tanto você, quanto o seu amiguinho dessa doença.
Um abraço, até a próxima.