Giardiase canina, uma zoonose mais comum do que se imagina.
Oi, estamos aqui hoje para falar sobre a Giardiase canina, diferente do que muitos pensam essa doença não é rara; considerada uma zoonose (doenças que podem ser transmitidas entre os animais vertebrados e o homem) é muito importante que você saiba proteger seu amiguinho e a você mesmo.
O que é Giardiase canina? A Giardíase Canina é uma das causas mais comuns de problemas intestinais em cães e seres humanos. É uma doença causada por um protozoário flagelado (microrganismos unicelulares que conseguem se locomover através do movimento de seus flagelos ou filamentos compridos), Giárdia lâmblia que infecta o intestino delgado de cães e outros mamíferos, incluindo o homem.
O ciclo de vida consiste em dois estágios: trofozoítos (estágio adulto ou forma ativa do protozoário capaz de se alimentar, movimentar e se reproduzir) e cistos viáveis (que tem capacidade de crescer). O cisto viável ingerido é a forma infectante sendo capaz de sobreviver em ambiente externo adequado por longos períodos. Os trofozoítos, formas que causam a doença, apenas aderem ao epitélio do enterócito (enterócito é um tipo de célula epitelial da camada superficial do intestino delgado e intestino grosso), não apresentando capacidade invasora ou destrutiva direta.
Os cistos podem ser ingeridos através da água e de alimentos contaminados, mas, a transmissão direta pela via fecal-oral também é possível, especialmente em áreas em que os animais se encontram aglomerados como em canis e gatis. Mesmo o contato do homem com as fezes ou fômites (terra, alimentos, água) favorece a transmissão fecal-oral. As amostras fecais de cães e gatos podem contribuir também para a contaminação da água.
O período de incubação da Giardíase canina intestinal é de 1 a 3 semanas (geralmente 9 a 15 dias após o cão ingerir cistos de giárdia). A duração do período de incubação está relacionada com o tamanho do inóculo (parte ou porção do causador da doença que entra em contato com o hospedeiro). A infecção pode iniciar após a ingestão de um só cisto. A fase aguda dura 3 ou 4 dias.
Quais os sintomas da Giardiase canina?
Os transtornos digestivos característicos são de início brusco semelhante a uma gastroenterite aguda com anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia aquosa e sem febre, desidratação, perda de peso ou redução do ganho do mesmo, no entanto, pode ser de começo progressivo, sendo esta a forma mais freqüente.
A giardíase sintomática tem sido associada com grande número de bactérias Anaeróbicas (usa a fermentação ou a síntese de compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono para sua sobrevivência) e Aeróbicas (usa o oxigênio para sua sobrevivência) no intestino delgado proximal, por isso, não existem sinais característicos da Giardíase canina, pois diversas enfermidades intestinais se assemelham a ela, como ocorre com as gastroenterites virais (uma condição médica caracterizada pela inflamação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino delgado causada por vírus) , as bacterianas (infeção bacteriana nos intestinos) e as causadas por outros parasitas.
Também se assemelha às alergias de origem alimentar, à enfermidade da má-absorção, a gastroenterite induzida por fármacos e as enfermidades alérgicas.
Como tratar a Giardiase canina?
A primeira coisa a ser feita é o diagnostico exato dessa doença visto que, como vimos, ela se assemelha a muitas outras doenças.
O método mais indicado, hoje, para a detecção de Giárdia nas fezes é a Flotação com Sulfato de zinco com centrifugação (técnica de Faust), um teste diagnóstico econômico e muito eficaz. Um fator importante é a necessidade de utilizar três amostras de fezes, coletadas em dias alternados, ao longo de uma semana. Isto porque a eliminação de cistos é intermitente, o que pode gerar resultados falso-negativos quando se utiliza uma única amostra.
Os agentes quimioterápicos para tratamento incluem os nitroimidazóis (é um antimicrobiano classificado como quimioterápico devido a sua estrutura farmacológica; enquanto os antibióticos são derivados de seres vivos, os quimioterápicos são totalmente produzidos a partir de fontes sintéticas), furadolizona (usado para tratar infecções bacterianas e protozoários), benzimidazóis (é um composto orgânico aromático heterocíclico, são anti-helmínticos versáteis especialmente contra nematódeos gastrintestinais) entre outros.
O mais comum é que a base do tratamento da Giardíase canina seja eliminar os sinais clínicos associados com a infecção.
Nos animais, freqüentemente ocorre a uma nova infestação, se os cistos infectantes não são retirados do ambiente. Isto implica em uma limpeza e desinfecção profundas sempre que possível, além de assegurar que a água e o alimento não se contaminem com as fezes.
Como prevenir a Giardiase canina?
Está provado que a vacina estimula o animal a resistir ao parasita, sendo uma solução efetiva em longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já que a imunidade natural contra Giárdia é de curta duração.
Mesmo que os tratamentos se mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito freqüente, devido à dificuldade de se eliminar os cistos infectantes do ambiente. Um animal vacinado, além de protegido contra Giardíase canina, não representará mais uma fonte de infecção a outros animais e até mesmo a seres humanos contactantes.
É importante conscientizar a população sobre medidas profiláticas (prevenção de doenças) para controle desta parasitose a fim de amenizarmos os índices de infecção que vêm crescendo a cada dia, inclusive em humanos.
Higiene pessoal e cuidados com o manuseio de alimentos e com a água, tratamento de animais parasitados, vermifugamento periódico, acompanhamento de um médico veterinário com realização de exames parasitológicos regularmente são alguns dos fatores que contribuem para o controle desta doença.
A Giardia pode prejudicar você e seu amiguinho, por isso, use essa matéria como ajuda para evitar essa doença. Para facilitar, note na ilustração abaixo, e entenda o ciclo desse parasita tanto em seu amiguinho como em você:
Por hoje é só, tchau...